Tuesday, April 28, 2009

Em Formação

Na quarta e quinta-feira passadas, dias 22 e 23 de Abril de 2009, andei por Hong Kong. Foram dois dias iguais!

Fui, juntamente com um dos sócios com quem trabalho, a umas conferências/curso sobre contratos comerciais e modos de resolução de conflitos – um tema extremamente interessante, eu sei! Bom, mas lá fomos a expensas da entidade patronal que para além de suportar os custos do dito curso encarregou-se também das viagens e refeições.

Acordei pelas seis da manhã – há quanto tempo não acordava tão cedo – e apanhei o Jet Foil (ferry que faz a viagem Macau – Hong Kong) pelas sete e meia.

Como ia com o chefe fizemos as viagens em primeira classe que por estes lados tem o nome de “super class”, enfim!

Na verdade, paga-se mais 50% do preço de um bilhete normal e tem-se acesso a uma data de mordomiazinhas tal como ter uma sala de espera separada do resto dos mortais mas que parece uma daquelas salas de fumadores dos aeroportos; somos os primeiros a sair do barco; tem-se direito a uma “refeição ligeira”, como diz a senhora do altifalante, normalmente composta por chinesices que inclui arroz com peixe e que quase toda a gente não chinesa se apressa a trocar por uma sandes mista; podem ler-se os jornais do dia, e pronto(s), é disto, como diz um amigo meu!

Bem, a viagem entre as duas margens do rio das pérolas dura mais ou menos uma hora. Não gosto de fazer esta viagem porque enjoo um pouco, confesso, mas acaba por passar rápido pois adormeço quase sempre e, desta vez, nem mesmo a presença do chefe impediu que fechasse a pestana ao seu lado. Só faltou mesmo o encosto da cabeça no ombro.
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Chegamos a Hong Kong. Passamos a imigração – apesar de Macau e Hong Kong serem partes integrantes da China, o povo de um lado não pode entrar no outro sem passar pela imigração, carimbar passaporte e tal – e fomos de metro até ao hotel onde decorriam as conferências. Milhares de pessoas encaminhavam-se ordeiramente do e para o metro com disciplina inglesa, logo pelas oito e meia da manhã. Se fosse em Macau era cada um por si e Deus por todos!

Como bons portugueses fomos dos últimos a chegar ao destino. Já falava o anfitrião do curso – Sir Laurence Street – um senhor com os seus setenta e muitos com uma pronuncia australiana cerrada que dificultava e muito o entendimento do que dizia.

E pronto, lá iam sendo dadas as conferências por ilustres advogados, juristas, professores, empresários, árbitros, etc. Como se esperava, conferências de qualidade superior, com grande aplicabilidade prática e, como não podia deixar de ser, muito interessante mas que não evitou um pestanejar de sono durante uma ou outra conferência mais monocórdica!

O horário definido nos dois dias de conferências fez-me relembrar os tempos do colégio. Aulas das nove às dez e meia; meia hora de recreio para tomar um café e comer uns bolinhos oferecidos pelo Hotel e trocar cartões profissionais com os restantes colegas de turma – É um fenómeno bastante engraçado. Aqui no Oriente existe a mania dos cartões profissionais e é com uma enorme cerimónia que os mesmos devem ser trocados, sempre com as duas mãos e com ligeira vénia. Há cartões para todos os gostos, uns são quadrados outros com páginas que incluem o curriculum vitae da pessoa, não faltam estilos para todos os gostos – mais aulas até ao meio-dia; duas horas para almoço, para se trocar mais cartões; aulas das duas e meia às quatro, seguidas de intervalo de meia hora para lanche oferecido pelo Hotel, e das quatro e meia às cinco mais uma aula. Foi um regresso ao passado.

Saímos apressados às cinco e meia e dirigimo-nos em conjunto com uma multidão para o metro que passa de 2 em 2 minutos. Enfrentámos a barreira da imigração no porto de Hong Kong e, pelas seis e meia, apanhamos o ferry de regresso a Macau onde nos serviram, novamente, a dita refeição ligeira.
Foram dois dias quase sempre a comer: comer às sete e meia; comer às dez e meia; comer ao meio-dia; comer às quatro, comer às seis e meia e depois jantar…

Aportamos em Macau pelas sete e meia e ainda houve tempo para ir ao escritório ver os e-mails recebidos e dar andamento às urgências que foram aparecendo durante o dia.

Cheguei cansado a casa, comi qualquer coisa (pouca) e cai redondo de sono às dez e meia!

3 comments:

  1. Trocavas cartões de visita nos recreios do colégio?! Que categoria!! :D

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  2. Resumindo..... foi dormir.... trocar cartões como se corcavam cromos (já tenho, já tenho... falta... falta!!!) e comer sem parar. como não poderias adormecer nas trombas do chefe e "profs" se.... andavas como o estomogo cheio.... ai Macau, Macau... que te vai trazer muito colesterol!!! Será que vais caber no fraque? Conheço uma nutriconista, especilista e obesidade morbida.... queres? é junto ao Hospital Militar no Porto. Ah, Ah,Ah,...

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  3. Realmente isso é que é trabalhar...
    quem pode,pode!

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