Saturday, November 28, 2009

Friday, November 27, 2009

Para donde nos levais....


Meus caros amigos, bem sabemos que o vosso coraçãozinho anseia por conhecer o destino das vossas férias de Natal...

Partimos de Macau no dia 23 de Dezembro rumo a uma das ilhas que podem ver aqui no Mapa...


Se acertarem na ilha, oferecemo-vos a viagem!!!


É garantido!

Até já!

Está quase....mas pra donde nos levais???

Os nossos amigos estão quase quase a chegar... aqui estão algumas fotos do que os espera no destino surpresa...




Os dois em Bali e Gili Island e o percalço de Lombok II

Chegamos a Ubud a meio da manhã.

Iriam ser três dias no centro da ilha numa cidadezinha maravilhosa.
O nosso hotel encontrava-se submerso por floresta numa das margens de um ribeiro que começava à beira da estrada e descia até lá em baixo (uns bons 100 metros). Havia caminhos, escadinhas, bungalows, piscinas, o SPA, os bares… tudo espalhado pela floresta a baixo até chegar ao rio. Encantador.

Ficámos contudo um pouco longe do centro da cidade o que nos obrigava a ir de táxi sempre que queríamos ir à “baixa”.

Tínhamos marcado para um dos dias um recomendadíssimo passeio de bicicleta que começava com pequeno-almoço junto ao vulcão. Passaríamos a manhã a “ciclar” por vastos campos de arroz, alguns fazendo lembrar as vinhas do alto douro, visitando aldeias rurais onde as pessoas vivem hoje como viviam há 500 anos, vendo aqui e ali lutas organizadas de galos.

O passeio inclui um almoço reconfortante e recuperador das energias gastas no passeio… foi uma estopada.
Mesmo antes de pararmos para comer, o guia, fazendo sinal stop à marcha, perguntou-nos se queríamos fazer a subida de bicicleta (30 minutos) até ao local do almoço… quem não quisesse iria numa Hiace até ao repasto… ninguém se recusou… Importa referir que eu e a minha mulher éramos dos mais novinhos do grupo o qual incluía septuagenários.

A bem da verdade e em forma de desculpa, posso dizer que aquela porra subia mesmo… começando lentamente a ficar para trás no grupo a minha mulher, esforçada, mas exausta pelo calor que se fazia sentir foi recolhida pelo “carro lixo” que acompanhava o grupo no fim do pelotão.

Mal calçado, cansado e estourado morri na praia no início da grande subida antes da paragem… e também eu sofri a humilhação de chegar à meta na ambulância que levava os desidratados e amadores ciclistas. Uma vergonha… quando me perguntavam depois de onde era, ser espanhol, naquela altura, não me parecia mal!

No final do passeio, estava incluída uma visita à “Monkey Forest”… uma floresta infestada de macacos que subiam em cima da turistada excitada em busca das bananinhas e bolachas escondidas. Enganados na localização da floresta e por acharmos estarmos perto do nosso hotel, desistimos da boleia do guia… maldita a hora… demoramos 2 horas a chegar ao nosso descanço.


Em Ubud pudemos também assistir ao ar livre a um espectacular teatro/danças/musica Balinense. Aquela forma de dançar, a música inebriante e o ambiente asfixiante levavam os bailarinos vestido de forma assustadora e com máscaras horrendas a entrar, pouco a pouco, em estados de quasi êxtase até que…. Até que veio uma chuvada e acabou com o espectáculo.

Na véspera de irmos embora, fazíamos as malas contentes por partirmos para mais um destino desconhecido, as Gili ISlands. Pela manhã seríamos recolhidos por volta das 10 da manhã por uma outra Hiace que nos levaria do hotel em Ubud a um dos portos de Bali donde embarcaríamos rumo às mini ilhas junto a Lombok (ilha grande, junto a Bali, e que, ao invés desta cuja população era maioritariamente Indu, ali 85% da malta era seguidora do Grande Profeta).

Às nove da matina ligam-nos dizendo que o barco que nos levaria até as Gili tinha sido cancelado uma vez que o porto de onde partiria encontrava-se fechado… sem alternativas marítimas, que bem procurámos ligando para toda e qualquer agência de viagens de Bali, decidimos ir de avião até Lombok donde sairíamos até às Gilis num Long Tail

Esta alteração involuntária de planos obrigava-nos a ter de arranjar transporte de Ubud até ao aeroporto (2 horas de viagem) e depois, já em Lombok, outro transporte do aeródromo até ao cais de onde partiam as lanchas até às Gili.

Na correria de encontrar maneira de irmos até às Gili, acabamos por contratar com uma agência de viagens do centro de Ubud quer os voos quer o transporte até ao aeroporto. Iríamos de carro cujo condutor era o cunhado do homem que nos atendeu e vendeu as passagens.

Chegados ao aeroporto sem grandes sobressaltos, embarcamos numa daquelas avionetas com 20 lugares e a hélices… meia hora depois aterrávamos em Lombok.

À saída, encontrámos balcões com cartazes promocionais de ligação às Gili que incluía a viagem até ao cais e a passagem de barco. Começamos a fazer perguntas sobre preços e horários estando ao nosso lado um casal de italianos que já recebidos por um guia pré-contratado preparavam-se para partir com destino às micro ilhas. Acabamos por lhes pedir boleia, uma vez que o transporte deles já estava pago.

O guia ainda tentou, em vão, extorquir-nos algum dinheiro... e preparados para pôr as malas no carro, o homem do balcão com quem tínhamos estado a falar interpela-nos e inicia uma acesa discussão com o guia e com o condutor do carro que nos levaria até ao cais e o ambiente começa a ficar tenso… Perguntando ao guia o que se passava, acabou por ser o motorista, com o medo estampado na cara, a responder-nos: “if I take you, they will burn my car” ao mesmo tempo que se juntava à nossa volta um conjunto de caras mal humoradas.

Para evitar conflitos e não prejudicar os nossos “amigos” italianos, acedemos em ir com o transporte do nosso amigo do balcão.

Entramos num táxi, cujo motorista era um gordo que pesaria uns bons 150 quilos, estávamos tensos e irritados com mais um revés, mas a viagem de uma hora correu sem percalços…até chegarmos perto do dito cais.

Fomos em comboio com os italianos até que, já perto do cais, vimos o carro deles abrandar ao sinal de um sujeito… sem chegar a parar o carro da frente passou… o nosso não… e foi com medo que vimos os italianos a irem embora embora!

Um homem aborda o nosso avantajado motorista e trocando umas palavras com ele que não pudemos entender, exige-nos dinheiro para passarmos… num relance, olhei ao nosso redor e vi mais dois “caras” na berma da estrada atentos ao que se sucedia…vi o nosso camarada motorista enrascado com a situação…

Passaram-me pela cabeça as imagens dos massacres em Timor que se seguiram ao referendo… a malta de motas, lenços na cara, catanas a vibrar nos braços, estradas cortadas… imaginei as piores consequências caso houvesse confusão e me negasse a dar… era um euro em moeda local…paguei… só nos queria ver longe dali!

Seguimos aliviados mas completamente alterados… até que somos obrigados a parar novamente uns 500 metros mais à frente… novamente abordados por outro “índio” queriam obrigar-nos a comprar os bilhetes de barco na sua “lojinha”…”we have tickets already!!! We have tickets already!!!” foi o que me saiu da boca ao mesmo tempo que apontávamos para o cais… contrariado o selvagem lá nos deixou seguir viagem.

Chegados ao cais encontramos o casal de italianos… relaxados, tranquilos… em lua de mel!!! Juntamo-nos a eles como lapas enquanto esperávamos a vinda do guia que foi tratar de arranjar um barco para nos levar até as Gili… a espera de 10 minutos pareceu de horas.

Enquanto aguardávamos, fomos rodeados por um bando de miúdos que não teriam mais de 15 anos, e metiam conversa… “Where are you from?” “what do you have for me?” “Portugal?, Cristiano Ronaldo…Do you have Portuguese money… We know you have… give us just one coin

Numa situação normal e sem os acontecimentos anteriores a canalha era despachada com um brusco “No”… ali, pareciam cães que nos sentiam a apreensão…

O guia lá chegou e em dois pulos entramos para o barco… acabamos por não pagar a viagem uma vez que o rapaz que antes nos tinha tentado sacar umas massas, apiedado agora, ofereceu-nos a viagem.

Era fim do dia quanto chegamos à Gili, a maior de três ilhéus a uma distancia de 2 milhas de Lombok. Tratamos logo de comprar os bilhetes de regresso directamente para Bali… num barco rápido, estaríamos no aeroporto em duas horas.

De tão pequena, a ilhota não tem estradas, carros, motas, polícia… o único meio de transporte existente eram as carrocinhas com uns burritos, as bicicletas e as pernas… electricidade funcionava a gerador e a água era fornecida à ilha através de barcos contentores.

Hoteizinhos meio manhosos espalhados pela “rua” principal da ilha intercalados por restaurantes, bares e a praia…

O tempo estava óptimo, a praia era deliciosa e as paisagens fantásticas. O ambiente dos frequentadores era assim um bocado selvagem… Sem controlo qualquer das autoridades, não faltavam oportunidades para quem queria consumir substâncias que em qualquer outro lugar do sudoeste asiático daria pena de morte.

Passaríamos 3 dias de descanso sem que conseguisse evitar, como já vem sendo habitual em férias, ficar meio febril e ter de procurar a reconfortante sombra.

Num dos dias, demos a volta à ilha… arranjamos umas biclas, e numa hora estaríamos de regresso ao nosso ponto de partida… estava a anoitecer… o piso, grande parte de areia, impossibilitava um percurso tranquilo de viagem pelo que tivemos de a fazer, muitas vezes – demais na opinião da minha mulher que contrariada e um pouco resmungona lá veio fazer o passeio comigo – a pé de braço dado com a bicla.

Os dias passaram tranquilos e acabamos por conseguir desanuviar a tensão da viagem por Lombok até ao nosso último destino… dali partimos para Bali, depois para Manila e por fim, Macau.

Era um barquinho pequeno… aberto…estreito… levava 18 pessoas, espalhadas em bancos de frente e costas de ambos os lados da embarcação… entramos em último lugar e coube-nos ir de costas nos lugares fronteiros.

No início, toda a gente gostava das vagas e gritávamos “hhhuuuôôôô” a um balanço mais rigoroso do barco… passados 15 minutos, a malta calou o pio… Duas horas de suplicio que se estendidas em mais 5 minutos faria toda a gente devolver à terra o pequeno almoço da manhã.

A cara das pessoas era transparente de tão branca e bastaria que uma tivesse tido a iniciativa de sossegar o estômago que eu e todos os outros de imediato lhe seguiríamos o exemplo.

Lá embarcamos para Manila e de lá para Macau. Os voos foram bons. Chegamos a casa como sempre cansados. Metemos um pão à boca e deitamo-nos, mais uma vez, com a barriga cheia das recentes aventuras mas desta vez com um sorriso meio amarelo na cara.

31 de Outubro de 2009