Wednesday, July 1, 2009

Guanzhou - o relato

Decidimos dedicar 2009 à China. É ano de contenção orçamental e o Império do Meio há muito reclama a nossa visita. Na verdade, estando em Macau há quase dois anos, por esta altura já deveríamos ter percorrido mais estradas do que aquelas que percorremos.

Já conhecemos algumas paragens aqui da zona do Sudoeste Asiático mas da China, só Hong Kong e Zuhai.

Assim, tivemos oportunidade de visitar Shanghai no início de Maio e agora, aproveitando a visita de uma das minhas irmãs, decidimos ir a Guangzhou, já aqui ao lado.

Fazemos ainda contas de passear este ano por Taiwan e conhecer Guilin, uma cidade que dizem encantadora também aqui pertinho.

Guangzhou, fica a 2 horas de viagem de autocarro desde a fronteira de Macau com a China e é a capital da província de Guangdong. Partimos sexta-feira com as expectativas muito em baixo uma vez que os relatos dos que lá tinham ido não eram os melhores. Esperávamos encontrar uma cidade enorme, industrial, suja, barulhenta mas de visita obrigatória. Sendo a terceira cidade mais populosa da China, Guangzhou conta com mais de 6 milhões de habitantes.

A partida estava marcada para as sete da tarde, de Zuhai. Porque a minha irmã não tem BIR (bilhete de identidade de residente de Macau) que lhe permita passar a fronteira de Macau rapidamente e sem enfrentar as longas filas dos “estrangeiros” na Emigração, a minha mulher e ela foram à frente e ficamos de nos encontrar do lado de lá.

Eram seis e meia e estava a sair de Macau e contava encontrar pouca gente à entrada da China onde os de Macau são estrangeiros, e esperam que se fartam… e esperei. Esperei o mais que pude. Até que cinco minutos antes do autocarro partir e depois de 32 telefonemas de alerta, pedi a um casal que estava à minha frente para passar à frente e corri esbaforido para o autocarro.

O autocarro… só tinha lugares na “cozinha”. Os assentos tinham umas capas de plástico badalhoco a cobrir a parte da cabeça e ficavam tão quentes que atingiam temperaturas quase insuportáveis devido ao funcionamento do motor… foram duas horas de viagem.

Ficamos de sair em Guangzhou no Landmark Hotel e dali apanharíamos um táxi que nos levaria até ao nosso hotel. Saímos pois e esticando o braço a um taxista e indicando o nosso destino, este, com cara de parvo, apontou o dedo para uma rua dizendo o nome do hotel… Estávamos, sem saber ler nem escrever, a 3 minutos a pé do nosso Hotel. Que sorte.

O hotel (Dong Fang Hotel) grande, imponente, com os ares condicionados no máximo, tinha um grande jardim interior e uma piscina muito apetitosa.

Pousamos as cousas e fomos jantar. Como era já tarde (aqui nas redondezas, jantar às 10 da noite já é tarde) acabamos por ter sorte e encontrar um restaurante aberto para comer um fried rice e uma carnicha acompanhada da indispensável Tsing Tao.

Depois do jantar, após um dia de trabalho e em vésperas de uma intensa jornada turística reservada para o dia seguinte, fomos dormir com promessas de acordar logo pela manhãzinha cedo para aproveitar a piscina do hotel.

Acordamos lá pelas 10 com leves lembranças de um qualquer telemóvel ter despertado lá pelas 8… Já não houve piscina para ninguém e fomos ao pequeno-almoço num Starbucks perto do hotel.
Durante o dia visitamos o museu da cidade, passeamos pelos enormes jardins que o rodeiam e tiramos uma chapa na estátua das 5 cabras que, por razões que desconheço, é um dos ex-líbris de Guangzhou.

Começávamos a descobrir uma cidade que pouco tinha a ver com o que esperávamos. Relativamente limpa, com muitos espaços verdes e muita gente simpática. Encontrámos a mesma hospitalidade e atitude acolhedora que experimentámos em Shanghai.

Visitamos ainda um masoleu/museu de um dos reis da dinastia Han, ainda do tempo dos reinos combatentes, encontrado a 1983.

A cidade está dotada de uma moderníssima rede de metro de meter inveja a qualquer cidade europeia e os inúmeros viadutos espalhados pela cidade estavam literalmente forrados a plantas trepadeiras que escondiam o cinzento do cimento e esverdeavam a cidade toda.

Nesse dia, a vontade de darmos um mergulho na piscina imperou e fomos cedo para o Hotel. Depois de umas boas braçadas, arranjamo-nos e saímos para jantar. Um restaurante alemão, junto ao rio, muito bom ambiente, muito boa comida, um verde fresquinho e muito boa companhia.

O dia seguinte esteve destinado às compras. Aproveitamos ainda para conhecer a zona “estrangeira” da cidade, uma espécie de concessão francesa de Guangzhou. Tratava-se de uma pequena ilha no meio do rio, com edifícios ocidentais onde outrora funcionaram bancos, embaixadas e outras instituições estrangeiras. Espectacular.

Pudemos visitar de boca aberta a catedral da cidade… Algo que não contávamos encontrar ali.

Passeamos nas ruas das antiguidades e espantávamo-nos com o que víamos. Andamos, andamos, andamos muito.

Às seis da tarde, cansados, apanhamos o autocarro de regresso a Macau. Em Zhuai, tivemos ainda forças para visitarmos nosso amigo Miguel – um chinês que tem uma lojinha de filmes a preços muito competitivos – que aprendeu a falar português para mais facilmente comunicar com os inúmeros fregueses lusos.

Às dez da noite, já em casa, encomendamos uma pizza… Revisitamos o fim-de-semana na conversa e fomos dormir com mais um “visto” na nossa lista de viagens.

2 comments:

  1. Acompanhei "isto" TUDO.... com a perfeição do relato.... e a ligação fotográfica... 20 valores... NADA a acrescentar.... só .... SAUDADES 1000000000.

    NOTA IMPORTANTE: não houve piscina para o casal Tovi&Rita.... os dorminhocos ficaram a ressonar... eu saltei da cama às 7:15 e das 7:30 até às 9h estive na piscina com 28,5 graus, na companhia de um japonês lindo de morrer (pena que tivesse a mesma altura que eu... 1,54m).... depois foi ver se despachava o casal para tomar o pequeno almoço!!!!

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  2. Adorei o Amigo Miguel... que vende filmes a um preço "muito" competitivo.... sem espaço para dúvidas.... voltarei em breve...para adquirir MAIS....Ah, Ah, Ah,!!!

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