Monday, January 3, 2011

Autocarros em Macau e o cheiro dos meus pés

Hoje de manhã, ensonado e mal dormido, sofrendo ainda dos graves efeitos da diferença horária de Macau, embarquei no 18, o autocarro que me leva diáriamente da Areia Preta até à Avenida da Praia Grande.

Enquanto esperava pelo autocarro e durante a viagem que se seguiu pude verificar, pela centésima vez, alguns factos que quero deixar aqui lembrados.

A espera do autocarro costuma ser curta. Apesar da má condição de muitos dos "Buses" disponíveis, não espero mais de 5 minutos pelo autocarro que me levará de ou para o trabalho.

Na paragem, a espécie de fila de espera é um mito. A bicha (no sentido antigo da palavra) até que se vai formando à medida que as pessoas vão chegando, mas no momento em que o autocarro pára, é o ver se te avias. A malta empurra-se, acotovela-se, pisa-se e vale tudo menos arrancar olhos por um lugar sentado dentro o veículo de transporte público.

Depois do stress inicial, e tendo a sorte de conseguir um lugar sentado à custa de três encontrões e cinco pisadelas com o calcanhar, pude ver, uma vez mais que os chineses, apesar de "infantís" como demonstra a atitude aquando da chegada do Bus, bem como pelos hábitos públicos pouco ocidentais de cuspir na rua, arrotar a última refeição mesmo ao nosso lado e de vez em quando soltar um cheirinho intestinal, são bastante respeitosos no que toca aos seus anciãos. Poucas, muito poucas vezes vejo um velhote de pé dentro de um autocarro.

Assim que entra uma pessoa, cuja comunidade transportada avalia de avôzinho, logo duas ou três pessoas se levantam oferecendo o seu lugar. É muito bom de ver e se há muitas coisas que eles podem aprender com o ocidente no que toca a comportamentos públicos, este é um que nós podemos aprender com eles. O respeito e atenção pelos velhinhos.
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Por fim, quero dar conta do "repúdio" que os meus companheiros adeptos dos transportes públicos têm pela minha pessoa ou, prefiro pensar, pelos estrangeiros em geral.

Se me encontro sentado num lugar de duas pessoas, o lugar que se encontra vago ao meu lado é, quase sempre, o último a ser ocupado pelos passageiros que vão entrando. Vezes há até, em que as pessoas preferem ir a pé do que a sentar-se ao meu lado.
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Ora, das duas uma, ou eu cheiro mal dos pés ou eles não gostam de partilhar o lugar com gente sem olhos em bico. Espero que a razão seja esta última...

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